23 de fevereiro de 2011

Produção de vídeo para o ensino de Química Orgânica através do tema “drogas”: articulando a Química com a sua História.

Letícia dos Santos Pereira*, Maria da Conceição Marinho Oki, Isadora M. Gonzalez


Palavras-Chave: Ensino de Química Orgânica, História da Química, Drogas

Introdução Neste trabalho relatamos um projeto desenvolvido dentro do programa institucional de bolsas de iniciação à docência – PIBID em um colégio da rede estadual de Salvador. Tivemos como objetivo produzir um material didático alternativo (vídeo) para subsidiar um projeto de Ensino de Química Orgânica no 3º ano do nível médio, levando em conta a História da Química e o tema gerador “drogas” 1. Muitos pesquisadores vêm defendendo a abordagem da História e Filosofia da Ciência (HFC) no Ensino de Ciências2, 3, 4. Apesar de um número expressivo de trabalhos afirmarem a importância da HFC no ensino de ciências, na prática este tipo de abordagem é pouco utilizada pelos professores devido a obstáculos de natureza diversas, entre os quais a falta de materiais didáticos que abordem a ciência sob uma perspectiva histórico-crítica5. Considerando a carência de materiais didáticos que apresentam uma abordagem histórica dos conteúdos químicos, produzimos um vídeo com episódios enfocando a história da Química Orgânica e de três substâncias químicas psicoativas: a diacetilmorfina (heroína), a nicotina e a cafeína; explorando suas semelhanças e diferenças em aspectos químicos, históricos e sociais.

Resultados e Discussão

Inicialmente foram realizadas pesquisas em livros, periódicos e sítios na internet buscando a obtenção da fundamentação teórica necessária para a produção do roteiro do vídeo. As pesquisas foram referentes à gênese e desenvolvimento do conceito de estrutura molecular ao longo da História da Química clássica e sobre a história e as propriedades químicas das substâncias psicoativas escolhidas. Após a coleta de dados, foi redigido o roteiro para o filme, que foi estruturado em cinco capítulos: 1-Introdução, 2-Heroína, 3-Nicotina, 4-Cafeína e 5-Conclusões. Para a montagem e edição do vídeo, foram coletadas imagens e utilizado o programa Windows Movie Maker®. O vídeo foi exibido em duas turmas do 3º ano do Ensino Médio. Após a exibição os alunos fizeram algumas sugestões e críticas quanto à estrutura do vídeo. Depois de feita a avaliação qualitativa do material foi realizada uma discussão em sala, onde os alunos debateram diversas questões surgidas a partir do conteúdo exposto. Entre elas destacamos: 1- porque muitas substâncias classificadas como “drogas” eram (e são) usadas como medicamentos e vice-versa; 2- quais os critérios para se classificar uma substância como uma “droga”; 3- a influência da estrutura molecular nos efeitos das substâncias químicas no organismo e 4- curiosidades da história das substâncias psicoativas tratadas no material.
Conclusões

O material produzido foi bem recebido pelos estudantes, que se mostraram muito interessados pela forma como o conteúdo foi apresentado. As sugestões feitas pelos estudantes contribuíram para o aperfeiçoamento do vídeo, que está disponível em:http://quiblogufba.blogspot.com. O grupo PIBID pretende dar continuidade ao projeto em 2010, produzindo outros materiais que abordem a Química sob uma perspectiva contextualizada, articulando esta ciência com a História, a Filosofia e temas sociais relevantes, como as drogas.

Agradecimentos

A CAPES, por meio do PIBID, pela bolsa concedida.

____________________ 1- GONZALEZ, I.M.; SILVA, J.L.P.B. Projeto de ensino do tema Drogas no ensino da Química Orgânica. In: Encontro Nacional de Ensino de Qumica, XIV, 2008, Curitiba. Caderno de Resumo, Curitiba, 2008. 2-MATTHEWS, M.S. História, Filosofia e Ensino de Ciências a tendência atual de reaproximação. Cad. Cat. de Ens. de Fís., v. 12, n. 3, p. 164-214, 1995. 3- FREIRE Jr., O. A relevância da filosofia e da história da ciência para o ensino de ciência. In: Silva Filho. J. (Org.). Epistemologia e ensino de ciências. Salvador: Arcádia, 2002. p. 13-30. 4- OKI, M.C.M.; MORADILO, E.F. O ensino de história da química: contribuindo para a compreensão da natureza da ciência. Ciência & Educação. Bauru, v.14, n.1, p. 67-88. 2008. 5- MARTINS, A. F.P. História e filosofia da ciência no ensino de ciências: há muitas pedras nesse caminho. Cad. Bras. Ens. Fís.. Brasília, v. 24, n.1, p. 112-131, 2007.


****

vídeo HEROÍNA, NICOTINA E CAFEÍNA - Breves Histórias sobre três alcalóides


18 de fevereiro de 2011

Plano de ensino sobre soluções, articulado a experimentos e avaliação da aprendizagem, segundo a Teoria da aprendizagem Significativa de Ausubel.


José Joaquim do Amaral Filho* (FM), Maria Lucia da Silva Marques(PQ), Alzenir (Estudante Licenciatura), Cristovam Ribeiro Brito (Bolsista PIBID), Marcus Paulo Reis Santos (Bolsista PIBID), Luciane Brito da Paixão (Bolsista PIBID).

Palavras-Chave: Aprendizagem, experimento

Introdução e Metodologia

A tríade, pesquisadores em educação química (NUPEQUI), professor de ensino médio e alunos da licenciatura (bolsistas PIBID), realizou estudos sobre soluções, em uma Unidade de 12 h, no 2º ano do ensino médio de um colégio conveniado ao PIBID. O diagnóstico direcionou a metodologia e as ações, semanalmente reavaliadas, caracterizando a pesquisa-ação, Thiollent7. Como Carmo e Marcondes1 trabalhamos soluções, centrados na ideia da homogeneidade. Abordamos o assunto de forma equilibrada quanto aos aspectos quantitativos e qualitativos. Para Hodson2 e Lobo5, os experimentos podem contribuir para a construção dos conceitos científicos estruturantes, definidos por Lima4, e foram selecionados com os seguintes objetivos: a) demonstrar o processo de dissolução; b) ilustrar os conceitos científicos de sistema heterogêneo, solução e substância, c) demonstrar a influência do soluto e da temperatura no coeficiente de solubilidade, evidenciando sempre os aspectos macroscópicos. Os questionários e as aulas de exposição participada conduzidas pelo professor do colégio e bolsistas PIBID, estimularam os estudantes e consolidaram o nível representacional e o teórico significativo, Johnstone7.

Resultados e Discussão

As pré-concepções sobre o conceito de dissolução mostraram que os estudantes reconhecem o processo macroscopicamente, mas não conseguem interpretá-lo microscopicamente. Quanto aos conceitos científicos de solução e substância, as taxas de acerto foram irrelevantes, (<>
Conclusões
Embora se constate a evolução da construção conceitual na estrutura cognitiva dos estudantes sobre o processo de dissolução, e sobre os dois conceitos científicos estruturantes investigados, não podemos garantir que ocorreram através de um processo de interação pelo qual conceitos mais relevantes e inclusivos interagem com o novo material servindo de ancoradouro, incorporando-o e assimilando-o e, ao mesmo tempo, modificando-se em função dessa ancoragem. Isso caracterizaria a aprendizagem significativa. Ausubel define a aprendizagem mecânica como aquela que ocorre quando novas informações são aprendidas praticamente sem interagirem com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva, sem ligarem-se a conceitos subsunçores específicos. Segundo ele, a nova informação é armazenada de maneira arbitrária e literal, não interagindo com aquela já existente na estrutura cognitiva e pouco ou nada contribuindo para sua elaboração e diferenciação, Moreira6. Trabalhamos com a hipótese de que, embora tenha havido aprendizagem, a mesma deve ter ocorrido de forma mecânica. A continuidade da pesquisa poderá ratificar a hipótese.
Agradecimentos
CAPES financiamento do PIBID, ao NUPEQUI - IQ –UFBA, ao Colégio Estadual Deputado Manoel Novaes.
___________
1CARMO, P.M.; MARCONDES, M.E.R.Abordando Soluções em sala de Aula – uma Experiência de Ensino a partir das Ideias dos Alunos.Química Nova na Escola, nº28, maio 2008. 2HODSON, D. Philosophy of Science, science and science education. Studies in Science Education, n.12, p.25-27, 1985. 3JOHNSTONE, A.H.;MACDONALD, J.J.;WEBB, G. Macro and microchemistry. The School Science Review. v.64, n.227, p.377-379, 1982. 4LIMA, M.E.C.C.; BARBOSA, L.C. Idéias estruturadoras do pensamento químico: uma contribuição ao debate. 5LÔBO, S.F. O trabalho experimental no ensino médio de Química. 25°ENEQ, Campinas, 2006. 6MOREIRA, M.A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala de aula. Brasília: Ed. UnB, 2006. 7THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 15. ed. São Paulo: Ed. Cortez, 2007.